quarta-feira, 24 de outubro de 2007

EXPEDIÇÕES

Marrocos "O reino dos mil reinos".
Marrocos é como o silêncio entre duas notas musicais.
A paz e harmonia entre dois continentes: a África e a Europa.
É a ligação histórica entre três mundos: o Africano, o Árabe e o Europeu.
Um verdadeiro caleidoscópio de povos e civilizações.
Dos 3 sistemas montanhosos da cadeia
Atlas, quase sempre cobertos de neve, até a planície do lendário deserto do Sahara os contrastes sucedem-se.
Do verdejante e frondoso arvoredo até ao amarelado ocre das areias, a multiplicidade de cores confunde-nos, mortais viajantes.
Do silêncio profundo, ao burburinho das cidades e mercados.
Poucos serão os países que possuem esta magia.
Estes passeios pelo Reino de Marrocos, também conhecido como o Império dos Sentidos...que mais tarde descobrirão o porque desta designação, pretende levar os nossos amigos-viajantes a descobrirem o máximo possível, em tão curto espaço de tempo, as diversidades deste mágico país, verão e viverão momentos que poucos turistas com destino a Marrocos conseguiram um dia vivenciar.

Calendário de viagens


Viagens de 9 dias com partida de Lisboa em voo directo para Casablanca, no primeiro e terceiro Sábado dos meses de Março a Junho e de Setembro a Novembro, (exceptua-se a semana da Páscoa e a que compreenda os feriados de 25 de Abril e 1 de Maio.

De 25 de Abril a 4 de Maio de 2008. Aproveitando a conjugação destes feriados, e destinada apenas a quem tem viaturas 4x4, vai ser feita uma expedição ao deserto do Sahara durante 10 dias, dos quais apenas 4 são dias úteis.

Trata-se de uma expedição muito especial, pois vão ser percorridos cerca de 1 000 Km de pistas alguns das quais do Rally Lisboa/Dakar e em que o objectivo principal será o contacto com os nómadas que habitam no deserto, e distribuição de bens essenciais. Para atingir o nosso objectivo, para além de contar com a colaboração de um antigo guia de caravanas, todos os participantes obrigatoriamente devem levar roupa, calçado e outros utensílios para oferecerem.

Viagens especiais: Além das viagens acima referidas estão ainda previstas algumas para ocasiões especiais como é o caso dos casamentos em Imilchil e a festa das tâmaras em Erfoud. Porque estas festas não tem datas fixas, pois variam segundo o calendário lunar, ainda não é possível prever a data de partida.

Outras viagens: podem ainda ser organizadas viagens e expedições mediante o seu gosto, estando receptivo a satisfazer todos os seus pedidos.

Roteiros e Percursos

Os roteiros, percursos, preços e demais informações, devem ser pedidos por email para albertofaria@yahoo.com

Histórias Passadas


Equipamento Recomendado

Para se viajar para Marrocos não é neccessária muita burocracia com vistos, vacinas ou autorizações especiais.

A aventura está muito perto e ao alcance de todos.

1 . Viaturas Todo Terreno

  1. Preparativos antes da viagem - Qualquer viatura todo o terreno estritamente de série e em bom estado geral, pode efectuar viagens em Marrocos utilizando pistas que se encontrem identificadas. É importante antes de iniciar a viagem efectuar uma revisão ao carro, com mudanças de filtros de oleo, de ar e de combustivel, mudança de oleo e comprovação de níveis. O sistema de refigeração deve estar em perfeito estado, assim como outros elementos que vão ser sujeitos a esforçs tais como transmissões e suspensão. Recomenda-se a instalação de faróis suplementares. Sempre que possivel toda a bagagem deve ir acondicionada dentro do carro, tentando prescindir-se de grades no tejadilho. A bagagem deve estar devidamente idntificada e de preferencia em caixas etiquetadas com as mais pesadas por baixo. Aconselha-se a que seja cobertas com uma lona ou rede devidamente presa no carro. Para transportar o vestuário deve-se utilizar bolsas ou sacos, evitando-se as malas de viagem rigidas e como serão de uso diário deve ir na parte de cima.
  2. Pneus - Estes serão os elementos que mais irão sofrer durante a viagem. Se não estiverem em perfeitas condições poderão tornar-se um pesadelo. Qualquer expedição por Marrocos com partida de Portugal terá n0 minimo 5 000 Km, pelo que pneus já muito gastos será um erro esperar pelo regresso para os trocar. Não existem pneus específicos para este tipo de expedições, contudo devem ser observadas certas regras antes de se optar pela compra. Assim, os pneus devem ter flancos resistentes para suportarem as agressões de pedras, além dos variados pisos que se encontram: pedras, barro, lama, areia, neve e além disso as largas centenas de Km de asfalto. Em condução de areia a pressão pode ter que ser reduzida a 1Kg/cm ou menos. No meu caso pessoal sempre optei por pneus tipo AT com uma percentagem de 50/50 Asfalto/terra.
  3. O que levar - Cintas de reboque (no mínimo uma com 3 m e outra com 10 m) manilhas, pá, pranchas de desatascamento, Macaco Hi-lift, lanterna potente, compressor de ar, caixa de ferramentas, luvas de trabalho, oleo, àgua, jerrycans para 40 litros de combustivel, fita adesiva, cabos de bateria, 2 rodas suplentes, oleo de travões, tapa fugas, Kit de reparação de furos, caixa de primeiros socorros,

2 . Equipamento pessoal

  1. Fundamental - Passaporte com um mínimo de 6 meses de validade, carta de condução, cartões de crédito ( possivel levantar dinheiro facilmente em caixas automáticas que se encontram com frequencia nas principais povoações) , dinheiro (o Euro troca-se com facilidade em qualquer banco sendo também aceite em muitas lojas e por comerciantes), seguro se assistencia médica / repatriação, documentação do automóvel. A entrada de veículos em Marrocos é considerada como uma importação temporária, pelo que o proprietário do veículo, caso não esteja presente na entrada em Marrocos, deverá passar uma declaração em frances, autorizando a entrada do veículo. Este documento deverá ser autenticado pela Embaixada do Reino de Marrocos em Lisboa
  2. Orientação - GPS com o respectivo manual de instruções, cabo de ligação de GPS, bússula, mapas de estradas e mapas com coordenadas, road-books ou rotas já efectuadas noutras expedições.
  3. Acampar - Pilhas, lanterna, mochila, tenda de campismo individual, saco-cama, isolante térmico,
  4. Vestuário - Sapatilhas, chinelos, meias de algodão, calções, calças leves em algodão, camisetas ou t-shirts, 1 camisola e um polo, blusão com muitos bolsos, pijama e fato de banho.
  5. Higiene e diversos - Oculos de Sól, chapéu, boné ou lenços (em Marrocos costuma-se andar de turbante cujo preço para os de primeira qualidade é de cerca de 50 dhm) caderno de viagem, guarda-chuva ou capa anti-chuva, MP3 com pilhas, telefone móvel com carregador, bolsa necessaire, toalhas humedecidas.
  6. Fotografia- Marrocos é um paraiso para os fotografos por isso recomenda-se levar uma enorme quantidade de rolos fotográficos ou cartões de memória de alta capacidade.

3 . Dicas Touareg -

segunda-feira, 23 de julho de 2007

O x-acto

Era manhã e eu percorria a pista que me levava de Oum Jhram a Zagora.

A dada altura o meu guia fez-me sinal, um vulto pequeno mantinha-se junto à “estrada” no meio do nada. Ao aproximarmo-nos abrandamos até pararmos.

Era um vendedor de fósseis. Como sou coleccionador fui inspeccionar o que ali havia quando, para minha grande surpresa, dei com uma trilubite de um tamanho raramente visto. Pedi ao meu guia que lhe perguntasse o preço e se por acaso havia mais assim. O pequeno homem respondeu que sim. Havia algumas mais, em sua casa e que se estivesse interessado podia acompanhá-lo para as poder inspeccionar.
Assim foi. O Pequeno homem era um pastor nómada. A sua casa, digo “casa”, era um pedaço de terreno não superior 6 metros quadrados que ele, a sua irmã e uma cunhada tinham limpo dos pedregulhos que por ali abundam. O tecto consistia num pedaço de pano preto, sustentado a meio por paus e seguro nas extremidades por pedras. As trilubites eram fantásticas e dado o valor que pedia eu aceitei ficar com todas.

Quando me preparava para vir embora, reparei que olhava atentamente para dentro do Land Rover. Perguntei ao meu guia o que se passava e, depois de questionar o pastor, explicou-me que gostava muito de ter um pequeno x-acto que trazia no carro.

Um x-acto? Porquê, que valor pode ter um x-acto para um pastor nómada que habita no deserto?
Explicou-nos, então que era muito útil para limpar as peles dos animais.

Surpreso, mas naturalmente ofereci-lhe o pequeno objecto quando reparo nuns olhos cada vez mais vidrados de lágrimas. Só aí realizei quanto o x-acto representava para ele.

Com um sorriso despedi-me, pois fazia-se tarde. Mas ele não deixou que partíssemos. Pegou em parte da farinha que possuíam e ordenou à irmã que fosse cozer pão, pois ainda nos restava muito caminho e podíamos ter fome...

Não me recordo, de pão tão saboroso quanto aquele. Nem eu, nem o meu guia.

Alberto Faria 2003

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

CUSTOS

Uma breve avaliação dos custos

GALERIA


Galeria de fotos em breve...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

OBJECTIVOS

Os objectivos destas viagens são:

Divulgar:
• Actividades no Reino de Marrocos
• Dotes artesanais do Povo Berbere
• Os mistérios e costumes do Povo Marroquino

Partilhar:
• Experiências
• Paisagens
• Surpresas

Sentir:
• A força de uma planta verde que nasce no meio de nada
• O Calor Humano de quem pouco tem e muito dá

Ajudar:
• Proporcionando, com o nosso lazer, a aquisição de matérias primas para fomentar e desenvolver o artesanato local
• Levando roupa, calçado e pequenos utensílios

"Se alguém tem fome, não lhe dê peixe, mas ensine-o a pescar"


Solidariedade:

" ...anos mais tarde, em 2003, Alberto Faria regressou à famigerada pista e devido a uma pavorosa tempestade de areia a caravana refugiou-se na aldeia de Mejrame. A partir daí estreitaram-se os laços de forma tão intrínseca que nem a língua foi obstáculo.


Na altura Alberto Faria estava ligado à Cruz Vermelha Portuguesa e apercebeu-se que aquela população transbordava em bondade mas as suas carências eram enormes a raiar o desumano.

Perante as dificuldades daquele povo e pela maneira como tratavam os forasteiros, oferecendo o muito do nada que tinham, logo nasceu a ideia de ajudar a população, de uma forma mais estruturada e com ajuda substancial.
Só de uma vez o Discovery do Alberto Faria transportou 1500 peças de vestuário que foram organizadamente distribuídos pelos mais carentes da aldeia."

(in Revista 4x4 nº 34 a pág. 78)

Projectos sociais

"Alberto Faria tem imensas histórias, de homens reais, com as suas necessidades, as suas misérias, as suas riquezas. Lá longe, para lá das areias do deserto imenso. Uma delas mascou-o definitivamente:

Foi em 2003 numa altura em que estava a fazer a pista desde o Erg Chebi até M'Hamid, junto à fronteira com a Argélia. Levantou-se uma tempestade de areia e tivemos que rumar a uma aldeia, já ao escurecer.

Fomos principescamente recebidos e, mais tarde, como continuou a ser escuro, percebemos que era assim porque ha dois dias que não havia gasóleo, para dar energia aos geradores.

Entretanto, juntaram-se a nós um enfermeiro e dois professores. A meio da conversa, acabou-se o tabaco e eu dei dinheiro a uma criança para me ir comprar cigarros. Muito mais tarde, já eu tinha socorrido uma menina que se encontrava doente, o miúdo regressou com......16 cigarros. Todos os que havia na aldeia.

Fiquei verdadeiramente atónito e mais ainda quando me explicaram que a farmácia mais proxima fica a 80 km por pista e que transportar um doente ao hospital demora dois dias.

Nessa altura, Alberto Faria tomou uma decisão que iria mudar a sua vida - ajudar aquela gente, que nada tinha, excepto uma imensa cortesia e amizade, que davam sem nada pedir em troca."


(in AutoSport de 13.12.2004 a pág. 20)






















CATÁLOGO

Produtos artesanais

CURRÍCULO

Alberto Faria

Nascido há 49 anos, José Alberto Faria está ligado ao desporto automóvel desde 1970, tanto como praticante, como dirigente.

Praticante assíduo de TT desde 1990, tem participado em algumas das mais emblemáticas provas nacionais e internacionais. Realiza a sua primeira expedição a Marrocos em 1997; em 1999 funda o Team Tuareg e participa, no deserto marroquino, na CUP180, experiência que repete em 2000.

Organiza eventos desde 1999 e desde o ano 2000 que orienta toda a sua actividade no TT para as expedições a Marrocos.

(in Jornal AutoSport de 13.12.2004 a pag 20)